sábado, 19 de diciembre de 2015

ME SONREÍSTE...SORRISTE-ME


ME SONREÍSTE

Yo decidí hace mucho tiempo, que un día me sonreirías. No una sonrisa de conveniencia o una sonrisa social.
Un día me sonreirías por Yo ser Yo, por Yo estar allí. Por verme.

Yo sabía que era de una sonrisa tuya, que mi alma necesitaba.
Porque al verte, yo ya me había sorprendido, sonriendo sin aparente motivo, y esa, mi sonrisa, no era hijo de “madre incógnita”, tenía en mi sonrisa, tu nombre y apellido.

Decidí hacer algo insensato pero hacerlo con entusiasmo.
“Disculpa, pero no te conozco, o te conozco?”, preguntaste con una voz y cara encrispada.

“No. No nos conocíamos. Ahora ya, dije yo, aún así, con aire embelesado”. Todos somos desconocidos, antes de conocernos.

Ese día no sonreíste, y yo pensé que, no era así algo serio, que no pudiera ser dicho, acompañado de una sonrisa.

Decidí no desistir, y hice todo para reencontrarte. Y al verte pregunté seguro de mí mismo: ¿Nunca sonríes?

“Soy antipática con orgullo”, dijiste casi ni moviendo los labios. Sólo sonrío para quien consigue provocar mi sonrisa. Tal vez te des cuenta de que eso es autenticidad.
Y ese día tampoco sonreíste. Y yo agradecí, porque falso y cruel, mucho más que las lágrimas de cocodrilo, son las sonrisas de cocodrilo…

Decidí no desistir de insistir, y otro día, me crucé contigo y te dije:
“Sabes que lo más inútil de todos los días, es aquel en el que no reimos”
Un día sin sonreír, es un día desperdiciado.
Y ese día sonreíste. Y fue todavía mayor mi alegría, por haber sido inesperado.

Fue una sonrisa tímida. Pero yo absorbí el detalle de tu sonrisa tímida, de la forma como los ojos se mueven y sonríen, como los labios se fruncen, como el rostro se transforma. Todo revelando algo. Y yo queriendo descubrir todo en ese algo.

Y en ese día, el mundo tuvo dos días no desperdiciados, el tuyo y el mío.
Y en ese día, mi alma quedó presa a la tuya, por la simpatía de tu sonrisa.

Decidí no desistir de insistir en persistir. Y otro día fui hacia ti, y te informé: “Sabes que cuando me sonreíste, descubrí que tienes un rostro hecho para sonreir?”
Y tú agradeciste porque, también, en aquel otro día yo te había hecho adormecer sonriendo. Y así me lo confesaste, sonreíste abiertamente.
Aquella sonrisa de quien nada promete, pero que todo se permite imaginar.
Y con esa sonrisa, juro, también vi tu corazón sonriendo en tu rostro.

Decidiste persistir. Y aquel día viniste hacia mí.
Yo aclaré que: “Quien describió la graciosidad sin haber visto tu sonrisa, no tenía idea de lo que estaba hablando.”
Ese día “re-sonreíste”. Sonreíste al doble, aumentado y a duplicar.
Sonreíste con los ojos y se hizo la luz, o fue tu sonrisa que creó un rayo de luz en tu rostro!? No sé, Sé que todo se iluminó…

Decidimos persistir insistiendo. Aquel día nos buscamos el uno al otro.
Y yo te dije: “No tienes idea de cuánto te deseo. Siento el sabor de tu beso, solo de contemplar tu sonrisa.”
Expresaste tanto con tu sonrisa, que tus ojos brillaban de tamaña emoción, que mi corazón hubiera parado.
O entonces, mi corazón todavía latía, pero era mi entorpecimiento que no me dejaba sentirme. Fue aquella sonrisa que sonríe, aquella sonrisa que sonríe por poder sonreír, porque le gusta sonreír a quien se le sonríe.
Y por esa sonrisa, todo yo sonreí…

Yo te pedí: “abraza lo que te hace sonreír”, y tú me abrazaste y besaste mi sonrisa. Y como no había nada más a decir, apenas continuamos sonriendo.
Y allí nos quedamos, ojos que sonríen mirando en los ojos que se ríen, en gestos y toques que saben conversar, y en silencios que se exprimen.


E ali ficámos; olhos que sorriem olhando em olhos que se riem, em gestos e toques que sabem conversar e em silêncios que se exprimem.

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SORRISTE-ME

Decidira, há muito, que um dia sorririas para mim. Não o sorriso de conveniência ou o sorriso social.
Um dia sorririas para mim por eu ser eu, por eu estar ali. Por me veres.

Eu sabia que era de um teu sorriso que minha alma precisava.
Porque ao ver-te eu já tinha dado por mim sorrindo sem aparente motivo e esse meu sorriso não era filho de “mãe incógnita”; tinha nele o teu nome e sobrenome.

Decidi fazer algo insensato mas fazê-lo com entusiasmo:
«desculpa mas não te conheço, ou conheço?»- perguntaste com acinte na voz e a face crispada.
«Não. Não nos conhecíamos. Agora já»- disse eu, mesmo assim, com ar embevecido- «todos somos desconhecidos antes de nos conhecermos»
Nesse dia não sorriste e eu fiquei a pensar que, não era assim algo sério, que não pudesse ter sido dito acompanhado de um sorriso.

Decidi não desistir e fiz por te reencontrar.E ao ver-te perguntei assertivo: «nunca sorris?»
«Sou antipática com orgulho»- disseste quase nem movendo os lábios- « só sorrio para quem consegue provocar o meu sorriso. Talvez percebas que isso é autenticidade»
E nesse dia também não sorriste. E eu agradeci, porque falso e cruel, muito mais do que as lágrimas de crocodilo, são os sorrisos de crocodilo...

Decidi não desistir de insistir e noutro dia, cruzei-me contigo e disse-te:
«Sabes que o mais inútil de todos os dias é aquele em que não rimos!? Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado!»
E nesse dia sorriste. E foi ainda maior a minha alegria por ter sido inesperada.
Foi um sorriso tímido. Mas eu absorvi o detalhe do teu sorriso tímido; da forma como os olhos se movem e sorriem, como os lábios trejeitam, como a face encova. Tudo a revelar algo. E eu a querer descobrir tudo nesse algo.
E nesse dia, o mundo teve dois dias não desperdiçados, o teu e o meu.
E nesse dia, a minha alma ficou presa à tua pela simpatia do teu sorriso.

Decidi não desistir de insistir em persistir.E noutro dia fui ter contigo e informei-te: «Sabes que quando me sorriste descobri que tens um rosto feito p´ra sorrir?»
E tu agradeceste porque, também naqueloutro dia eu te tinha feito adormecer a sorrir. E ao assim confessares, sorriste um sorriso aberto.
Aquele sorriso de quem nada promete mas que tudo permite imaginar.
E com esse sorriso, juro, também vi o teu coração a sorrir no teu rosto.

Decidiste persistir. E Naquele dia vieste tu ter comigo.
E eu esclareci que: «Quem descreveu a graciosidade sem ter visto o teu sorriso, não fazia ideia do que estava a falar.»
Nesse dia “resorriste”. Sorriste em duplicado, aumentado e a dobrar.
Sorriste com os olhos e fez-se luz ou foi o teu sorriso que criou um raio de luz na tua face!? Não sei. Sei que tudo se iluminou.

Decidimos persistir insistindo. Naquele dia fomos ter um com o outro.
E eu disse-te; «Não tens noção do quanto te desejo. Sinto o sabor do teu beijo só de contemplar o teu sorriso.»
Abriste tanto o sorriso e os teus olhos brilharam de tamanha emoção que o meu coração teria parado se ainda estivesse a bater.
Ou então, o meu coração ainda batia mas era o meu entorpecimento que não me deixava sentir-me. Foi aquele sorriso sorrido, aquele sorriso que sorri por poder sorrir, por gostar de sorrir para quem se sorri.
E por esse sorriso todo eu sorri.

E eu pedi-te «abraça o que te faz sorrir» e tu abraçaste-me e beijaste-me o sorriso. E como não havia mais nada a ser dito, apenas continuámos sorrindo.
E ali ficámos; olhos que sorriem olhando em olhos que se riem, em gestos e toques que sabem conversar e em silêncios que se exprimem.

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Paulo Gonçalves Ribeiro
© Todos os Direitos de Autor reservados nos termos da Lei 50/2004, de 24 de agosto.
O autor autoriza a partilha deste texto - ou de excertos do mesmo-, desde que, se mantenha o formato original e mencione, obrigatoriamente, a autoria do mesmo.
(Ilustração/imagem: Jim Sturgess & Anne Hathaway no filme "ONE DAY" baseado num livro de David Nicholls)

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